quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Nós (não) sabemos o que as canções poderiam dizer

A falta de visão que o levou a tudo isso, foi (é) tão difícil de se acostumar, por mais que ele olhe para frente e não volte atrás, ele sabe que ali não é o seu lugar. Novos rostos, novas casas e uma frieza que aperta o peito. É o mundo dizendo o que ele não quer mais ouvir. Um tal de desenho no corpo que nunca mais se apagaria, na verdade era o coração que não queria deixar ela partir.
Tentou ser o que não era mais, ou talvez o que nunca tivesse sido. Ele andava tão sozinho que acabou perdido naqueles versos e naquelas cartas que o tempo apagou. E nunca mais voltou. Ele tentou lembrar de tudo que um dia foi bom, mas o que sentir ao saber que ela já não lembra de mais nada?
A rotina tomou conta, os dias viraram iguais. Ela o fez acreditar que algum dia as coisas mudariam e as cicatrizes se curariam. No entanto ela virou muda, cegou. Mas e agora?

Ele só queria esquecer daquele sol no rosto, daquela luz que invadia a casa, daquele calor que tomava o seu corpo.  Eram lembranças no meio da sala, daqueles outros dias, de tempos atrás.